
Estou acordado e todos dormem, todos dormem. Pra variar atrasado. Ônibus balança, mas num tomba, porém a janela treme e como treme. Para meu espanto muitos dormem, a senhora no banco especial, a menina que parece desmaiada que adormeceu ouvindo contos do cobrador e ao meu lado o típico brasileiro que volta do trabalho. Cansado. Talvez esteja indo pra outro trabalho, afinal 1/5 da população jovem brasileira tem dois empregos. Fora as mulheres que fazem à jornada tripla. E essa janela que num para de trepidar, ô barulho chato. Olha o buraco! E o rapaz ao meu lado pula e desperta de um sonho. Talvez sonhasse que estava em casa, ou pior chegando atrasado no trabalho. Talvez sonhasse que perdera o ponto, ou bateu o ponto, quem sabe se era passando do ponto ou aumentando um ponto, enfim. Minha nossa! Aqui jaz Avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Cadê a rua?Nem pensei duas vezes, fui a pé. Um, dois, oito, treze, dezesseis ônibus eu consegui ultrapassar pela direita. Desses que alcancei, três foram da mesma linha que eu estava. É impressionante como as ruas ficam cheias e os ônibus entopem as avenidas em São Paulo. A cada pouco se somam os passos. As pessoas vão descendo dos ônibus e escolhendo por ir andando a esperar dentro do roncador trepidante.
Será que em Passargada tem ônibus, engarrafamento, ou emprego?? Será?
Enquanto isso vou andando e observando, quão longe chego a pé, quão perto queria chegar de ônibus.
Será que em Passargada tem ônibus, engarrafamento, ou emprego?? Será?
Enquanto isso vou andando e observando, quão longe chego a pé, quão perto queria chegar de ônibus.
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